COMO ELABORAR UM PLANO DE PASTORAL PARA O NOVO ANO

Paróquia organizada, missionária e sinodal
9 de dezembro de 2025 por
COMO ELABORAR UM PLANO DE PASTORAL PARA O NOVO ANO
Redação
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Um caminho seguro para fortalecer a evangelização e unir a comunidade


Todos os anos, as paróquias se preparam para celebrar, evangelizar e servir a comunidade. Porém, muitas acabam caindo no improviso, repetindo eventos sem clareza ou começando “do zero” a cada janeiro. Um Plano de Pastoral evita isso. Ele oferece direção, fortalece a evangelização e une as forças da comunidade para a missão.


Mais do que um calendário de atividades, o plano é um compromisso com a missão de Cristo. A comunidade é chamada a discernir e programar juntos os caminhos de evangelização, na corresponsabilidade de todos os batizados. Planejar, portanto, é cuidar do povo de Deus e ouvir o Espírito que conduz a Igreja.


O que é um Plano de Pastoral?


Um Plano de Pastoral é um documento simples, realista e orgânico, que define as prioridades da paróquia para o ano. Ele responde a perguntas essenciais:

* O que queremos viver?

* Como vamos fazer?

* Quem será responsável?

* Quando acontecerá?


A Conferência de Aparecida já recomendava que nossas comunidades se tornassem “mais missionárias, participativas e organizadas” (DAp, 170). O plano pastoral é uma resposta concreta a essa missão.


Princípios essenciais para um bom plano


Para que seja eficaz, o plano deve ser elaborado com base em quatro pilares:


1. Espiritualidade

O plano nasce da escuta do Espírito, da oração comunitária e do discernimento pastoral. O Papa Francisco destacava que “a pastoral não pode ser fruto de ansiedades organizativas, mas da docilidade ao Espírito” (Evangelii Gaudium, n. 280).


2. Realismo

Metas possíveis, adequadas à paróquia. Já diziam os mais sábios: "Não dar um passo maior do que a perna!". Um plano impossível desanima, enquanto um plano realista frutifica.


3. Participação

A elaboração do plano precisa envolver CPP, CAEP, coordenadores e lideranças. A sinodalidade pede participação. Não há sinodalidade sem a participação efetiva de todo o povo.


4. Continuidade

Não se começa do zero a cada ano. O plano deve consolidar conquistas e aperfeiçoar o que já existe. "Qualquer que seja o ponto a que chegamos, conservemos o rumo". (Fl 3,16).


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PASSOS PARA ELABORAR O PLANO PASTORAL


1º PASSO: Olhar a realidade


Antes de definir metas, é preciso avaliar o ano anterior:

* O que trouxe frutos?

* O que não funcionou?

* Onde houve maior participação?

* Quais necessidades surgiram?


2º PASSO: Escolher prioridades


Não é possível abraçar tudo. Por isso, escolha 3 a 5 prioridades, como por exemplo:

* Formação de lideranças;

* Juventude;

* Pastoral Familiar;

* Comunicação e migração digital;

* Missão nas periferias.


3º PASSO: Definir metas e ações


Para cada prioridade, determine:

* Meta: o que se quer alcançar?

* Ações: o que será feito?

* Responsáveis: quem fará?

* Prazo: quando acontecerá?


4º PASSO: Planejar recursos


Cada ação exige recursos:

* Pessoas;

* Espaços;

* Meios materiais;

* Finanças.


Planejar é prever; não improvisar. A administração pastoral exige cuidado, afinal “os bens e serviços eclesiais são destinados ao culto e à caridade” (Cân. 1254 §2).


5º PASSO: Acompanhar e avaliar


O plano não pode ficar na gaveta! A avaliação pode ser trimestral, por exemplo:

* O que foi realizado?

* O que precisa mudar?

* O que deve ser cancelado?

* O que pode ser ampliado?


O Sínodo recorda que uma Igreja sinodal está sempre em processo, avaliando e discernindo continuamente (Documento final, 1.4).



Planejar é ser Igreja sinodal


Um Plano Pastoral bem feito não é burocracia, é discernimento comunitário, é missão compartilhada, é escuta. Ele promove corresponsabilidade, comunhão e unidade. Planejar juntos é caminhar juntos, como povo de Deus em missão.


Nossas paróquias podem viver cada novo ano com direção, espírito missionário e verdadeira sinodalidade, construindo, passo a passo, aquilo que o Espírito inspira: uma comunidade que escuta, discerne, evangeliza e serve.


Este artigo foi escrito por Douglas Palmeira, catequista, escritor e palestrante de temas ligados à Igreja.


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