AVALIAÇÃO PAROQUIAL AO FINAL DO ANO

Um caminho de crescimento, discernimento e renovação pastoral
4 de dezembro de 2025 por
AVALIAÇÃO PAROQUIAL AO FINAL DO ANO
Redação
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Avaliar é discernir


Em muitas paróquias, a avaliação de fim de ano ainda é vista como uma simples revisão do que “funcionou ou não”. No entanto, à luz da Igreja, avaliar significa discernir, escutar o Espírito e perceber o que Ele inspira para o caminho missionário. Discernir juntos é um exercício de escuta recíproca, capaz de orientar as escolhas pastorais da comunidade.


Assim, uma paróquia que avalia é uma paróquia que caminha, ajusta os rumos, amadurece seu serviço e fortalece a comunhão. A avaliação é um ato de cuidado com a missão, afinal “a Igreja existe para evangelizar.” (Evangelii Nuntiandi, n. 14)


Logo, tudo na paróquia, os sacramentos, o atendimento, a economia e as pastorais deve ser constantemente discernido à luz da evangelização.


1. Comece pela Secretaria Paroquial


A secretaria é, muitas vezes, o primeiro contato entre o fiel e a comunidade. Ela organiza sacramentos, informações e acolhimento. Poderíamos dizer que é o “coração organizacional” da paróquia.


Ao avaliá-la, observe:

* Atendimento: horários, acolhida, agendamentos.

* Registros sacramentais: batismos, matrimônios, intenções de missa.

* Comunicação: clareza das informações.


Perguntas fundamentais: Fomos acolhedores? Fomos claros? A secretaria ajuda as pessoas a amar mais a Igreja ou gera barreiras?


O Papa Francisco insistia muito que a Igreja deve ser casa de portas abertas, onde ninguém encontre obstáculos para se aproximar (cf. EG 47). Por isso, mecanismos simples de feedback, como caixas, formulários, enquetes, ajudam a medir a percepção do povo e corrigir rotas.


Na prática, avalie assim:

* Levante dados (tempo de espera, número de atendimentos).

* Identifique falhas recorrentes.

* Escute o que as pessoas elogiam e o que criticam.

* Registre prioridades de melhoria para o ano seguinte.


2. Avaliação Administrativa


A boa gestão dos bens da Igreja não é mera burocracia; é um ato de responsabilidade e transparência. O Código de Direito Canônico estabelece que os bens eclesiásticos devem servir à missão, ao culto e à caridade (cf. Cân. 1254 §2) e devem ser administrados com cuidado e honestidade (cf. Cân. 1284).


Por isso, ao avaliar a administração, considere:

* Finanças: entradas, saídas, dívidas, previsões.

* Estrutura física: manutenção preventiva e corretiva.

* Equipes e contratos: clareza nas funções e custos.


A transparência não é exibição financeira; é testemunho de zelo pela casa de Deus e confiança com o povo.


Na prática, avalie assim:

* Realize um balanço financeiro com gráficos simples.

* Revise fornecedores e despesas fixas.

* Planeje um calendário de manutenção.

* Defina prioridades financeiras para o próximo ano.


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3. Avaliação Pastoral


A pastoral é a razão de ser da paróquia. Se a Igreja “existe para evangelizar”, como nos ensina a Evangelii Nuntiandi, então a pastoral deve ser constantemente revista. Avaliar a pastoral significa perguntar se a comunidade está formando discípulos, servindo a vida e anunciando o Evangelho com alegria.


Avalie:

* Encontros e formações realizadas.

* Participação dos fiéis.

* Projetos que frutificaram e os que estagnaram.

* Integração entre pastorais e movimentos.

* Alcance missionário nas famílias e periferias.


O caminho mais maduro e fecundo é a assembleia paroquial, instrumento profundamente sinodal, recomendado por muitas dioceses e pelo atual processo de renovação da Igreja:


Na prática, avalie assim:

* Reúna coordenadores e agentes.

* Escute, partilhe, identifique conquistas e desafios.

* Pergunte:

  Nossa pastoral gera vida? Caminha com as famílias? Forma discípulos missionários?

* A partir disso, defina metas realistas para o próximo ano.


4. Integre tudo num único olhar


Não se trata de produzir relatórios frios, mas de construir um discernimento comunitário, onde as áreas se complementam. Quando esses três pilares dialogam, nasce um verdadeiro estilo sinodal, que renova a comunidade paroquial e a coloca a caminho.


Avaliar é crescer


A avaliação paroquial não é um exame final, mas um caminho de conversão pastoral. Uma Igreja que se avalia não tem medo de aprender, corrigir e recomeçar. Ela se deixa conduzir pelo Espírito para servir melhor ao povo de Deus.


Nossas paróquias podem, a cada ano, viver processos de avaliação com oração, escuta, corresponsabilidade e transparência, para que o Evangelho seja anunciado com mais força, verdade e alegria.


Avaliar é caminhar juntos. Avaliar é ser Igreja. E uma Igreja que caminha, renova-se sempre para evangelizar.


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