Hoje em dia fala-se muito sobre captação de recursos aplicados ao dízimo em igual medida. No entanto, o que deve ficar como questionamento é sobre a forma de como esse dízimo é aplicado (administrado) pelos seus administradores; como ele é valorizado; qual é a sua economia hegemônica (a sua superioridade sobre outras formas de captação de recursos) que, na Igreja protestante ele se afincou, porém, na católica ficou a deriva.
Não vamos entrar por esse caminho, pois o mesmo é longo demais.
Informando
As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2008-2010) assim reflete: “(...) colaboram intensa e indispensavelmente para a transparência administrativa e financeira das comunidades. Junto com o ministro ordenado, são chamados a organizar a pastoral do dízimo e outros meios de sustento das comunidades, discernir os destinos dos recursos comunitários, zelando por eles, buscando a melhor forma de os preservar e utilizar em ações evangélicas e evangelizadoras. Somente a força de comunidades que valorizam a participação e a transparência é capaz de respaldar os fortes questionamentos que temos a respeito de certo tipo de administração dos bens comuns” (n. 164b).
Está aí a bola solta pelo campo da seara do dízimo!
Como aplicar os recursos recebidos nas obras da Igreja?
Para isso, existem várias maneiras de empregar o dízimo de forma econômica, evangélica, pastoral e pragmática na comunidade. Alguns cuidados e conselhos são importantes para aplicar os recursos conquistados.
6 orientações providenciais
1ª. O cuidado de não se levar pelo “economania”. Há uma gana suada em se arrecadar dinheiro na comunidade. Parece que quase todas as paróquias caminham por essa onda. Não há dinheiro que chegue e baste. Sempre estão propondo alguma trama para se arrecadar alguns trocados a mais. Nunca se tem o suficiente e necessário para suprir as carências da comunidade. Aqui podemos falar das infinitas promoções, quermesses, bingos, jantares, velas, flores, etc. Tudo visando lucro!
2ª. Dinheiro mal aproveitado. Se gasta com coisas supérfluas e de somenos importância para a comunidade. Existem párocos que não conseguem ver uma novidade e já vão adquirindo aquele bem sem se preocupar com o Conselho Pastoral Paroquial (CPP) e dar a mínima de atenção a ele.
3ª. A falta de foco administrativo do presbítero que caminha à contra mão das necessidades da comunidade. Ter sempre algumas prioridades fundamentais. Cada Igreja deve ter seu perfil e sua carência própria.
4ª. Economia de água, luz, telefone, materiais de limpeza, internet, etc. A comunidade vai bem e o dízimo será suficiente se houver a preocupação em se administrar as economias da comunidade. O dízimo mal administrado nunca será suficiente.
5ª. Tendência em se comparar o dízimo de um e do outro. Cada comunidade tem o dízimo que merece. O dízimo é o tamanho da comunidade. Nunca se deve desejar um dízimo que vá alem das necessidades da comunidade, pois assim fazendo ele se tornaria uma simonia (At 8, 18-19) e que não desejamos para a Igreja.
6ª. Cuidado com o materialismo em nunca estar satisfeito com o dízimo da comunidade. Existem aqueles que sempre querem mais e mais e acabam sufocando a comunidade com seus intermináveis peditórios.
Concluindo
É favorável utilizar a transparência e a participação dos agentes. Nada sozinho. Sempre em comunhão e, assim, o dízimo será sempre o melhor caminho de captação de recursos.
Este artigo foi escrito por Pe. Jerônimo Gasques para a Revista Paróquias.
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Captação de Recursos